Pelo reconhecimento de todas as diferentes formas de amar e ser
Construir uma educação para a diversidade
O dia 29 de janeiro se reporta ao acontecimento no ano de 2004, quando um grupo de ativistas transgêneros foi ao Congresso Nacional se manifestar em favor da campanha “Travesti e Respeito”, se tornando um Ato que marcou o calendário de luta no nosso país em defesa e exigência do respeito à diversidade de gênero e combate a violência e opressão contra as pessoas travestis e transexuais.
A luta das pessoas Trans tem sido pauta de debates nas instâncias do ANDES-SN, bem como as lutas pela igualdade de gênero e diversidade sexual, num contexto de uma sociedade racista e machista, em que a transfobia e a lgbtqifobia tem violentado e matado nossa população, em sua maioria periférica e pobre. Sabemos que a sociedade capitalista e patriarcal promove a exclusão dessas sexualidades que subvertem o modelo da heteronormatividade.
A violência contra as pessoas trans, travestis, gays no Brasil é das maiores do mundo. Conforme a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) o Brasil é o país que mais mata a população trans. Conforme relatório dessa entidade, em 2021, tivemos pelo menos 140 (cento e quarenta) assassinatos de pessoas trans, sendo 135 (cento e trinta e cinco) travestis e mulheres transexuais, e 05 (cinco) casos de homens trans e pessoas transmasculinas.
Some-se a isso o discurso fundamentalista religioso e a perseguição policial às atividades de trabalhadoras do sexo. Na realidade temos uma cultura da transfobia que atravessa todas as instituições, inclusive as instituições de ensino superior, que ainda resistem à adoção de nome social. Essa luta é uma constante e, apesar de alguns avanços, temos muito ainda a conquistar no que ser refere aos direitos reprodutivos e sexuais das pessoas trans.
O ANDES-SN vem há anos discutindo a pauta da diversidade sexual, e temos construído textos que orientam a nossa militância a compreender melhor o tema e desconstruir práticas e atitudes transfóbicas. Mas é preciso continuar o debate, pois não se trata somente de encontrar uma nomenclatura politicamente correta para definir as pessoas trans, cis, não-binárias. Trata-se de construir uma educação para a diversidade e que acolha todas as diferentes formas de amar e ser, para uma sociedade que possa compreender que todas as pessoas são humanas e merecem respeito.