Repúdio ao cerceamento da liberdade de manifestação e de expressão nos Campi Nova Suiça, Nova Gameleira e Contagem!
Neste 19 de maio, Dia Nacional de Luta da Educação, afixamos faixas na partes externas, próximas às portarias dos Campi Nova Suiça, Nova Gameleira e Contagem com os seguintes dizeres: “A Educação precisa resistir! Vacina, pão, saúde e educação! Fora Bolsonaro e Mourão!” As faixas foram assinadas pelo ANDES-SN, SINDCEFET-MG, FENET e SINDIFES, entidades que representam docentes, estudantes e técnico(a)s administrativo(a)s das Instituições Federais de Ensino e, mais especificamente, do CEFET-MG.
Foi programado um Ato Simbólico para ser realizado em frente à faixa afixada no Campus Nova Suiça. Para nossa surpresa e indignação, quando os representantes das entidades chegaram para a atividade, a faixa acabara de ser retirada, com a justificativa de que a Diretoria de Unidade não fora informada sobre a colocação da mesma. Em Contagem, a retirada da faixa foi justificada porque, no entender do Diretor daquela unidade, ela implica descumprimento do inciso V do artigo 117 da Lei 8112/1990, a saber: “Ao servidor é proibido: promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição.”
A mesma justificativa fora também apresentada pelo Diretor do Campus Nova Gameleira, que já havia retirado outra faixa, colocada no último 24 de março, Dia Nacional de Luta dos movimentos sindical e social, com os seguintes dizeres: “Em defesa da Educação Pública, do SUS, da vacinação para todos, já, do auxílio emergencial digno para todos os que precisam. Fora Bolsonaro e Mourão!” Essa faixa foi assinada pelo SINDCEFET-MG, FENET e SINDIFES!
O referido artigo, que fundamenta o desrespeito dos Diretores à liberdade de expressão, no nosso entendimento e de acordo com nossa assessoria jurídica, está sendo interpretado de forma equivocada, pois não se trata de manifestação de servidor público, mas de entidades representativas de servidores e estudantes, cuja liberdade de se expressar, no exercício da ação sindical, é garantida pela Constituição. Diante desse primeiro episódio de autoritarismo, enviamos carta (texto da carta) ao Diretor Geral solicitando que nos esclarecesse se há alguma norma interna, por nós desconhecida e que seria ilegal, nos proibindo de nos expressarmos e manifestarmos em defesa da vida, da educação, da saúde, do serviço público, ainda que isso implique gritar ‘Fora!’ para o governante de turno.
O SINDCEFET-MG tem a legitimidade e está amparado legalmente para atuar na defesa dos interesses de sua categoria de base, fixando o âmbito de sua atuação administrativa junto ao CEFET-MG, inclusive, com o uso do espaço das Unidades desta Instituição Federal de Ensino para o atendimento, a prestação dos serviços, as convocatórias, as comunicações e moções à comunidade acadêmica identificada como sua categoria de base – filiados ou não – atendendo deliberações das assembleias realizadas. Assim o SINDCEFET-MG sempre procedeu dentro do CEFET-MG e nunca recebeu qualquer manifestação contrária de seus gestores, bem como jamais foi apresentado qualquer ato administrativo, como Resolução, Portaria ou Termo de Ajustamento de Conduta, que manifeste o contrário às suas ações, ou que firmasse reprovação aos conteúdos de documentos, convocatórias, comunicações ou moções, produzidas pelo Sindicato no âmbito de sua atuação, nos espaços e instâncias administrativas da instituição.
A Diretoria Geral reconheceu a autonomia das Diretorias de Unidade, mas afirmou também não apoiar qualquer tipo de cerceamento da liberdade de expressão e manifestação das entidades representativas de estudantes e servidore(a)s do CEFET-MG. Para evitar que essa compreensão por parte da Diretoria do SINDCEFET-MG fosse resultado de uma interpretação equivocada do posicionamento da Diretoria Geral, solicitamos uma resposta, por escrito, à carta que enviamos. Essa resposta, que seria endereçada a todas as Diretorias de Unidade, não foi encaminhada até o dia 19 de maio.
O cerceamento se configurou, desta vez, nos três campi citados, nas ações de 19 de maio, reforçando o clima de censura a qualquer manifestação crítica ao governo, que tem alcançado seus objetivos de intimidação a chefias e direções nas diferentes instâncias do serviço público e, como indicam os fatos relatados nessa nota, também no CEFET-MG.
Repudiamos a atitude autoritária, antidemocrática e desrespeitosa dos Diretores das Unidades Nova Suiça, Nova Gameleira e Contagem. Reafirmamos nosso direito constitucional à livre manifestação e expressão na defesa dos direitos do(a)s docentes que representamos!
Não seremos silenciados!
Diretoria e Conselho Deliberativo do SINDCEFET-MG.