Nota: O Governo Bolsonaro persegue e tenta silenciar a Educação
Para além de ser responsável pela necropolítica que já negligenciou com a vida e colaborou com a morte de quase trezentos mil brasileiros(as), o governo de Jair Bolsonaro está tratando de perseguir pessoas que se posicionam abertamente contrárias à sua política negacionista e entreguista. Pelos traços obscurantistas que o inspiram, o Governo Bolsonaro, sem nenhum constrangimento, coloca em prática todo seu autoritarismo, emitindo, via Polícia Federal, inquéritos criminais contra docentes, influencers e lideranças sindicais, sociais e estudantis que, com justa razão, se posicionam contra as ações nefastas do (Des)Governo Federal.
As medidas do governo têm como objetivo o cerceamento da liberdade de crítica, pretendendo-se, através do rígido controle do que pode e do que não pode ser dito no espaço público, garantir que a única opinião a ser veiculada seja aquela que concorda com a política de fome e de morte do Governo Bolsonaro, que, notadamente, muitas vezes é baseada na divulgação de notícias falsas. É uma tentativa de imposição para que a ideologia política deste Governo e de seus aliados seja hegemônica.
Esse caráter persecutório do Governo Federal tem atingido colegas docentes em Instituições Federais de Educação Superior e ativistas dos movimentos políticos e sociais em geral sobre a pauta da Educação. São os casos, entre vários outros, de Erika Suruagy, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), quando a professora era presidente da Associação dos Docentes daquela universidade (Aduferpe), ainda em setembro de 2020; do ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, por defender a autonomia universitária na escolha de seus dirigentes; mais recentemente, de Daniel Cara, ex-coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e atual docente da USP, que teve sua conta no twitter suspensa, por ter postado a verdade, ao afirmar que “a gestão genocida da pandemia se tornou instrumento político” e, hoje, de 25 pessoas em Uberlândia, maioria das quais jovens e estudantes, que estão sendo convocadas pela Polícia Federal para depor por críticas ao presidente postadas nas redes sociais. Esta perseguição política e ideológica precisa ser denunciada e cessar.
Para nós, profissionais da educação, estudantes e pessoas em geral que defendemos a Democracia, a liberdade de aprender e ensinar é essencial para o exercício da docência, da autonomia intelectual e da emancipação do povo brasileiro. Temos certeza de que não podemos nos calar perante as perseguições políticas promovidas pelo governo Bolsonaro. E, diante disso, nós, que defendemos a Democracia manifestamos nossa solidariedade a todas aquelas pessoas que, por defender uma Universidade pública, presencial (depois da imunização), laica, inclusiva, gratuita, democrática, popular, de qualidade social, como direito que fortalece o permanente combate às desigualdades e que, portanto, se contrapõe a todas as formas de subalternização, se tornam alvo do acosso do Governo Bolsonaro.
Exigimos o reconhecimento de nosso direito constitucional (Art. 206) de atuar com base no princípio da “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber” construídos cientificamente, bem como a nossa liberdade de denunciar absurdas medidas do Governo Federal, que estão, intencionalmente, gerando desemprego, fome e morte.
Seguimos firmes no fortalecimento do direito ao pensamento crítico e à prática cotidiana da liberdade.
#ForaGovernoBolsonaro #ForaGovernoDeMorte #ForaGovernoDeFome
Assinam:
- APUBHUFMG+ – Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais e Campus Ouro Branco/UFSJ – Gestão Travessias na Luta – 2020/2022
- ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos
- ADUnB – Associação dos Docentes da Universidade de Brasília
- Aliança Nacional LGBTI
- AMES/BH – Associação Metropolitana dos Estudantes Secundarista da Grande Belo Horizonte
- AMIE – Associação Mineira de Inspetores Escolares
- AMPLIE – Aliança de mães pela liberdade de ensinar
- Andréia de Jesus – Deputada Estadual – PSOL/MG – Presidenta da Comissão de Direitos Humanos e vice presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher
- ANPAE – Associação Nacional de Política e Administração da Educação
- ANPED – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
- APG – Associação de pós graduandos e pós graduandas da UFMG
- Beatriz Cerqueira, professora, deputada estadual, Presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa.
- Betão – Deputado Estadual – PT/MG – Vice-Presidente da Comissão de Educação da ALMG
- CELLOS-MG – Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais
- CME-BH – Conselho Municipal de Educação de Belo Horizonte
- Coletivo Alvorada – BH/MG
- Comitê Mineiro da Campanha Nacional pelo Direito à Educação
- Consulta Popular
- CUT – Central Única dos Trabalhadores – MG
- DCE UFMG – Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais
- FMEC – Fórum Municipal de Educação de Contagem – MG
- FOMEJA – Fórum Mineiro de Educação de Jovens e Adultos
- Frente pela Educação Democrática – MG
- Levante Popular da Juventude
- Macaé Evaristo – Ex- Secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC e ex-Secretária de Educação de Belo Horizonte e do estado de Minas Gerais. Conselheira do IPAD – Instituto de Pensamentos e Ações para a Defesa da Democracia e vereadora de Belo Horizonte
- Marcha Mundial das Mulheres
- PEPB – Projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil (1822-2022)
- Rogério Correia – Deputado Federal – PT – MG
- SBPC/MG – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
- SINDADOS/MG – Sindicato dos Empregados em Empresas de Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares do Estado de Minas Gerais
- SindCEFET – Sindicato dos Docentes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
- Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica – Seção Sindical IFMG
- SINDIFES – Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino
- Sind-REDE/BH – Sindicato dos trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte
- SindUTE – Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais
- SinPRO – Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais
- SINTECT-MG – Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios de Minas Gerais
- SINTECT-MG – Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios da Paraíba
- UCMG – União Colegial de Minas Gerais
- UNCME – União Nacional dos Conselho Municipais de Educação