As vozes do mercado também ecoam no MEC!
Neste 27 de junho, Dia Nacional de Luta pela Revogação do Novo Ensino Médio, continuamos a pressionar o Ministério da Educação, que insiste em revisar um modelo de organização e desenvolvimento curricular para o Ensino Médio que evidencia que não é apenas na economia, mas também na educação do governo Lula, que as forças do mercado se fazem ouvir.
Diante de uma correlação de forças francamente desfavorável na sociedade e no Congresso Nacional, o governo escolheu por não disputar uma política econômica anti-cíclica e cedeu à austeridade fiscal, com sérias consequências para o cumprimento do programa social referendado nas urnas, em 2022.
O mesmo não se pode dizer no contexto educacional, em termos da correlação de forças na sociedade. Entidades de pesquisa em educação nacionalmente e internacionalmente reconhecidas, os movimentos sindical, estudantil e popular, coesos e em uníssono têm gritado desde a transição para o atual governo federal: NÃO É PRA REVISAR, É PRA REVOGAR!
Mas as vozes que se fazem ouvir no MEC são as da iniciativa privada e do mercado que tratam a educação como um promissor balcão de negócios!
O Novo Ensino Médio está comprometido com um projeto de sociedade que precariza o trabalho e explora cada vez mais a classe trabalhadora para manter as taxas de lucro de um capitalismo continuamente em crise. A preparação para o trabalho proporcionada pelo Novo Ensino Médio está em perfeita sintonia com esse projeto, por meio da aprendizagem flexível que forma trabalhadores com competências gerais, prontos para serem treinados e descartados pelas empresas em qualquer tempo, de modo a comprar a força de trabalho pelo menor valor possível.
O Novo Ensino Médio se organiza de forma a fomentar parcerias e abrir caminhos diversos para que o fundo público da educação seja apropriado em fatias cada vez maiores pela iniciativa privada, pronta para oferecer educação à distância e para suprir os itinerários formativos não oferecidos por uma rede pública em processo contínuo de precarização.
O Novo Ensino Médio fecha as portas da universidade para o(a)s estudantes filho(a)s da classe trabalhadora, ao empobrecer a formação geral e forçar, precocemente, a diversificação de itinerários, em franco desacordo com o que cabe a essa etapa final da educação básica.
Neste 27 de junho, unimos nossas vozes como educadores, pesquisadores, sindicalistas, estudantes, militantes do movimento popular, em um coletivo mais que expressivo e representativo da sociedade, para fortalecer a luta pela revogação do novo ensino médio: Excludente, Precário, Alienante!