É imperativo rever o modelo de exploração de minério no estado
Dique da Vallourec ‘transborda’ e evidencia o risco permanente de novos crimes ambientais
No último sábado (8), houve o ‘transbordamento’ de um dique da mina de Pau Branco, da Vallourec, localizado na divisa de Brumadinho e Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A barragem com água e restos de lama atingiu a BR-040 e, de acordo com informações da Defesa Civil de Nova Lima, não houve vítimas.
A tragédia ambiental ocorreu em data próxima aos três anos do crime que devastou famílias em Minas Gerais. Em 25 de janeiro de 2019, a barragem B1, da Vale, no Córrego do Feijão rompeu em Brumadinho. Até hoje, a mineradora não foi punida e atingidos de toda a Bacia do Rio Paraopeba lutam para terem seus direitos reconhecidos.
O monitoramento de barragens, do meio ambiente e dos recursos hídricos em Minas Gerais continua sendo “uma matéria de domínio reservado” do Estado, por meio da Defesa Civil e da Secretaria do Meio Ambiente (Semad), e do governo federal, via Agência Nacional de Mineração (AMN). Essas instituições “têm insistido no automonitoramento das próprias mineradoras para acessarem informações que afetam a toda a sociedade”, diz a nota do Gabinete de Crise da Sociedade Civil à sociedade mineira e à imprensa.
Neste contexto, urge a necessidade de acesso à informação sobre a real situação das barragens em todo o estado e de avaliação por especialistas que não sejam controlados por mineradoras responsáveis por tragédias anteriores. Senão, as medidas e ações cautelares do Estado de Minas Gerais e do governo federal permanecerão estipuladas e operando pelos limites cedidos pelas corporações.
O cenário de intensas chuvas é um fator preocupante para as populações que vivem perto de barragens e em zonas vulneráveis. Os episódios recentes de enchentes e do ‘transbordamento’ do dique suscitam a necessidade de acessar as informações de forma completa, sem restrições, e de permanecer na luta contra o poder das mineradoras.
Confira a íntegra da nota acessível no link a seguir: Nota à sociedade mineira e à imprensa