Carta para você, docente do CEFET-MG!
Em defesa da Educação, Ciência e Tecnologia públicas e do CEFET-MG!
A aprovação da Emenda Constitucional nº 95, em 2016, que impôs um teto para os investimentos em políticas de proteção social e garantiu uma vultosa reserva de caixa anual para alimentar o corrupto sistema da dívida pública, tem implicado profundos cortes orçamentários em todas as áreas que proporcionam acesso gratuito e qualificado aos direitos sociais, destacadamente: Educação, Saúde, Assistência Social e o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia. A cada dia que permanece no poder, o nefasto governo Bolsonaro destrói o nosso presente e nega o futuro ao povo brasileiro!
Os ataques à Educação Pública são consecutivos e articulados: Future-se; Novas Diretrizes para a Educação Profissional e Tecnológica; aumento da carga horária mínima de aulas semanais para a carreira EBTT, atropelando a autonomia das Instituições Federais de Ensino e inviabilizando o exercício indissociável do ensino, da pesquisa e da extensão; o PNLD 2021 e o Novo Ensino Médio como substituição do Ensino Médio Integrado; o congelamento de nossos salários e a possibilidade de sua diminuição em 25% como procedimento falacioso de “ajuste fiscal”; intervenção em inúmeras Instituições Federais de Ensino, desrespeitando o processo de escolha dos dirigentes máximos pelas comunidades acadêmicas e a iminente Contrarreforma Administrativa que determinará a privatização do serviço público e, consequentemente, da Educação Pública e de instituições como o CEFET-MG.
Indagamos ao movimento docente da instituição em que trabalhamos se estamos de acordo com essa política de Estado Mínimo para a maioria do povo brasileiro e Estado Máximo para o agronegócio, para as empresas mineradoras, para os banqueiros e capital financeiro nacional e internacional. Concordamos em aprofundar nossa condição de economia dependente, produtora e exportadora de mercadorias primárias re-assumindo de forma integral nossa condição de colônia, de país periférico, na divisão internacional do trabalho, nos marcos do capitalismo?
O corte de mais de 90% do orçamento para bolsas e para a pesquisa, definido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no dia 6 de outubro, representa a negação de futuro para o nosso país: perda de soberania e das condições de um desenvolvimento que proporcione a justa distribuição da riqueza produzida e a melhoria da qualidade de vida do nosso povo. Sem a Ciência não há futuro, não há qualquer possibilidade de desenvolvimento econômico e social e de soberania!
Todo esse quadro de desmonte do Estado, de destruição da Educação, Ciência e Tecnologia públicas tem alcançado nosso fazer docente? Está posta de forma quase permanente a tensão entre cumprir nossos projetos de ensino, pesquisa e extensão, de atuar nas funções administrativas – muitas vezes com o predomínio de uma sociabilidade individual e de uma lógica empresarial – e o fortalecimento de espaços coletivos de luta e de construção de outro projeto de sociedade.
A chamada para a paralisação nacional em 26 de outubro, somando esforços com o(a)s pós-graduando(a)s de todo o Brasil, se insere nessa perspectiva de lutarmos juntos por Educação, Ciência e Tecnologia públicas de qualidade socialmente referenciada.
Esse debate é imprescindível. Venha participar dessa discussão na Assembleia Docente de 20/10, sua presença é fundamental!
18/10/21
SINDCEFET-MG
Para mais informações sobre a Assembleia de 20/10, clique aqui!