Notas da UNEGRO e do ANDES-SN
Repúdio a agressões racistas na passarela da Lagoinha, em BH, e no Aeroporto de Brasília!
NOTA DA DIRETORIA NACIONAL DO ANDES-SN DE REPÚDIO À AGRESSÃO RACISTA OCORRIDA NO DIA 16/11
NO AEROPORTO INTERNACIONAL DE BRASÍLIA.
Antes mesmo da eleição de Jair Bolsonaro, os assassinatos de lideranças, tais como o Mestre Moa do Katendê, em Salvador, indicaram que o racismo e o genocídio contra a população negra passariam a um patamar de maior intensidade. O atual mandatário da República não esconde o racismo como prática política de um governo de ultradireita que assumiu o poder tendo como alvo de seu ódio negro(a)s, mulheres, população LGBTQIA+. Como exemplo significativo das ações do atual governo federal contra a população negra, a Fundação Palmares tem sido atacada pelo seu próprio presidente, que encontra-se impedido judicialmente de pronunciar-se em redes sociais, após várias declarações racistas.
É neste contexto que, no dia 16 de novembro de 2021, durante atividade de mobilização das servidoras e servidores público(a)s no Aeroporto Internacional de Brasília contra a PEC-32, as diretoras do ANDES-SN Zuleide Queiroz e Joselene Mota e os integrantes da banda afro Abará sofreram uma covarde agressão racista. Enquanto ocorriam as falas ao microfone alternadas com a apresentação musical, as professoras e os músicos atingidos por objetos arremessados do pavimento superior sobre suas cabeças, numa tentativa de silenciá-la(o)s como mulheres negras e artistas expressando a cultura e a luta do povo negro. Repudiamos com veemência esta agressão racista, expressão do racismo estrutural que marca a história brasileira, ao tempo em que manifestamos total solidariedade às professoras Zuleide, Joselene e aos integrantes da banda afro Abará.
Fizemos uma queixa-crime por racismo na DECRIN – Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou contra a pessoa idosa ou com deficiência, em Brasília (DF), exigindo a apuração dos fatos narrados. Reforçamos nossa indignação e exigimos das autoridades que o responsável pela agressão racista seja identificado e responsabilizado judicialmente. Não podemos tolerar que racistas tentem nos silenciar.
O ANDES-SN vem há 40 anos construindo uma agenda de lutas que incorporou, ao longo de sua trajetória, as questões e pautas do movimento negro, tais como: a adoção de cotas raciais para as universidades, a defesa das Leis n o 10.639/2003 e 11.645/2008, a elaboração de textos políticos (Cartilhas) de orientação à categoria na luta contra o racismo, ações de solidariedade e a continuidade da denúncia do racismo institucional e estrutural nas nossas universidades, institutos e Cefets.
Sabemos que o racismo é estrutural, institucional, e não começou com a eleição de Bolsonaro. A violência policial atinge diretamente uma população de jovens negro(a)s e periférico(a)s, em que há uma epidemia de assassinatos de homens negros entre 18 a 35 anos. A diretoria do ANDES-SN reforça a necessidade da luta antirracista, nesta semana que pautará o dia 20 de Novembro com mais um ato nacional pelo Fora Bolsonaro Racista.
Viva Dandara!
Viva Zumbi!
Viva Marielle Franco!
Racistas, não passarão!
Fora Bolsonaro racista!
Brasília (DF), 18 de novembro de 2021
Diretoria Nacional do ANDES-SN