A cobrança de informações sobre o impacto do fim do abono permanência também está na pauta da agenda de lutas do Setor das Ifes
Docentes federais devem intensificar luta por transparência no orçamento das IFE
O orçamento para 2016 e o impacto da suspensão do abono permanência e de concursos públicos nos quadros docentes das Instituições Federais de Ensino estão no foco da luta dos docentes das IFE no mês de março, com o objetivo de instrumentalizar as ações do ANDES-SN. Conforme os encaminhamentos e deliberações do 35° Congresso do Sindicato Nacional, realizado em janeiro deste ano em Curitiba (PR), e também da última reunião do Setor das Ifes (12 e 13 de março), as seções sindicais devem cobrar das administrações locais o fornecimento dos dados acerca dessas temáticas.
De acordo com a Circular n° 063, as seções sindicais do Setor das Ifes tem até o dia 31 de março, quinta-feira, para enviar à secretaria do ANDES-SN informações sobre o impacto da suspensão do abono permanência e de concursos públicos. Já a Circular n° 064/2016 orienta a necessidade de pressionar os dirigentes das instituições a divulgarem o montante de verbas de custeio e de capital orçado e executado nos anos de 2015 e o orçado para 2016, dando continuidade à campanha “Abre as contas, Reitor (a)”, deslanchada na greve dos docentes federais em 2015.
Segundo Francisco Jacob Paiva da Silva, 1° secretário e um dos coordenadores do Setor das Ifes do ANDES-SN, é importante a participação das seções sindicais, pois estas informações são fundamentais para dar continuidade às ações deliberadas do 35° Congresso, para o diálogo em reunião com o governo federal e também para dar ampla divulgação à verdadeira extensão e efeito dos cortes orçamentários nas atividades das IFE.
“É de extrema importância que as seções sindicais façam um esforço político, coletem esses dados e disponibilizem para o Setor das Federais dentro dos prazos estipulados para que possamos ir munidos às reuniões com o governo, já que protocolamos a pauta de reivindicações dos docentes de 2016 nos ministérios da Educação (MEC) e do Orçamento, Planejamento e Gestão (Mpog). Além disso, temos que evidenciar para a sociedade os danos que essas políticas de contenção de gastos adotadas pelo governo causarão às instituições federais de ensino e às atividades de ensino, pesquisa e extensão”, disse. No documento protocolado no último dia 14, constam as reivindicações dos docentes federais acerca do caráter público das instituições federais públicas, das condições de trabalho, da garantia de autonomia, da reestruturação da carreira e da valorização salarial de ativos e aposentados.
Jacob Paiva ressalta que, caso os dirigentes se recusem a detalhar as informações solicitadas, as seções sindicais podem recorrer à Lei de Acesso a Informação e também ao Ministério Público. “Muitas das deliberações só podem ser efetivadas com a participação e compromisso das seções sindicais no levantamento de dados e na execução de ações políticas locais em cada instituição. E é um direito da sociedade e da comunidade acadêmica ter acesso a esses dados e saber o impacto que essas medidas, como o fim do abono somado à inexistência de novos concursos públicos, terão no quantitativo de docentes das instituições, uma vez que a saída de vários docentes deixará uma lacuna nas atividades de ensino, pesquisa e extensão”, pontuou.
O diretor do ANDES-SN ressaltou ainda que as informações sobre os orçamentos das IFE são fundamentais para que tanto o Sindicato Nacional quanto a sociedade em geral saibam como os novos cortes impactarão na manutenção de serviços que já existem ou na ampliação de novos serviços criados com a expansão da Educação Federal.
Nos dias 15 e 16 de abril, os representantes do Setor das Ifes se reúnem em Brasília (DF), na sede do Sindicato Nacional. Paiva ressalta que a reunião do Setor ocorre logo após o ato nacional dos Servidores Públicos Federais, na capital federal, convocado pelo Fórum das Entidades Nacionais dos SPF, para o dia 14.