Todas e todos, neste 11 de agosto, na Praça Afonso Arinos, a partir das 17h!
Continuamos nas ruas, em luta!
Durante o governo Bolsonaro a vida da população piorou drasticamente. Sofremos com o desemprego e a informalidade no mercado de trabalho. Soma-se a isso a intensa carestia causada pela inflação, fruto da desastrosa política econômica que está sendo realizada nos últimos anos no Brasil. Os itens básicos de consumo estão absurdamente caros e a fome voltou a ser realidade para grande parte das casas dos brasileiros e das brasileiras: a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) evidenciou que hoje mais de 15,4 milhões de pessoas estão na categoria de insegurança alimentar grave no país, ou seja, estão famintos e não têm o que comer.
A fome e a pobreza no Brasil, país marcado pela desigualdade, têm um evidente recorte racial: o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, lançado no primeiro semestre de 2022, mostrou que a cada 10 lares chefiados por mulheres ou por pessoas negras de ambos os gêneros, 6 têm algum nível de insegurança alimentar, de acordo com a pesquisa. O levantamento ouviu 35.022 indivíduos em 12.745 domicílios, nos 26 estados e no DF, entre novembro de 2021 e abril de 2022 e foi realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o único país que saiu do mapa da fome e depois retornou sem ter passado por uma guerra. Os números da pandemia no país, da mesma forma, evidenciam que vivemos uma guerra, movida pelo negacionismo e obscurantismo do governo Bolsonaro, contra a população brasileira: somos o segundo país em números de mortos por Coronavírus, totalizando quase 680 mil mortes.
Simultaneamente, o governo Bolsonaro está destruindo a prestação de serviços por parte do Estado brasileiro. No que diz respeito à Educação, apenas em 2022, foi realizado mais um criminoso desinvestimento na pasta, cortando mais R$ 1,6 bilhão. Os cortes afetam a educação pública, gratuita e de qualidade, tão necessária em um país com tantas desigualdades, com consequências imediatas e desastrosas, tais como comprometimento na compra de insumos para pesquisas, que vão desde a renovação dos acervos das bibliotecas da Universidade, até materiais básicos, tais como químicos e biológicos para a produção de vacinas, por exemplo; além de cortes em bolsas de estudo vinculadas ao ensino, a pesquisa e a extensão que são essenciais para a permanência dos estudantes de graduação e pós-graduação na Universidade Pública, muitos deles provenientes de famílias com menor renda.
Mais que isso, os cortes incidem na infraestrutura das instituições educacionais. Falta verba para o pagamento de contas de água ou de luz e até para o mais básico, como comprar papel higiênico para os banheiros e para contratação de pessoal de segurança e limpeza. Tudo isto nos traz ao cenário de que ao menos 17 instituições federais estão sob o risco de, simplesmente, fecharem as portas este ano, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Federal de Lavras.
Além de implementar tal política de destruição e morte, rejeitada pela ampla maioria do povo brasileiro, Bolsonaro e seus generais ameaçam a nação com um golpe, criando um cenário permanente de instabilidade política e de enfraquecimento das instituições. Diante de uma iminente derrota eleitoral, criam artificialmente um contexto de questionamento ao processo eletrônico de votação para inviabilizá-lo ou para não reconhecer o resultado das urnas. Diferentes e significativos setores da sociedade civil responderam a essas ameaças afirmando a defesa do que ainda nos resta de Democracia e do Estado de Direito. Reforçamos essas vozes, mas do lugar de luta da classe trabalhadora e do movimento dos estudantes.
Estes motivos são mais que suficientes para estarmos, novamente, nas ruas lutando contra este governo de morte e fome que é o governo Bolsonaro. Além da defesa do processo eleitoral, lutamos pela nossa sobrevivência: tanto fisicamente, contra um governo que quer nos matar de fome, quanto institucionalmente, por democracia, por respeito à Constituição e contra esta política inimiga da educação pública, gratuita e de qualidade social em nosso país.