Moção de apoio às Seções Sindicais do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e da Universidade Federal do Pará (UFPA)!
O balanço da construção da greve no CEFET-MG, culminando com a decisão de não aderir ao movimento paredista, apontou a gravidade de não conseguirmos em nível nacional deflagrar uma greve forte na base do ANDES-SN.
Não aderir à greve é fator de desmobilização e remete a um tempo distante qualquer horizonte de conquistas na defesa da Educação Pública de qualidade socialmente referenciada. Nossos salários continuam congelados, acumulando perdas em um contexto de inflação nas alturas. As condições de trabalho têm se deteriorado dia após dia, diante dos consecutivos e profundos cortes orçamentários. A PEC 32 ainda pode ser votada e o possível reajuste linear de 5% nos salários das servidoras e dos servidores públicos federais, ainda que muito insuficiente, não foi proposto objetivamente pelo governo.
A Reforma do Ensino Médio e as Novas Diretrizes para a Educação Tecnológica pavimentam o caminho da extinção do Ensino Médio Integrado, assim como consolidam a histórica precarização do ensino nas Redes Estaduais. Esse governo nega o presente e o futuro para as juventudes que estudam na Escola Pública. Se a votação do Programa Future-se está travada no Congresso Nacional, seus princípios se concretizam por meio de ações de empresariamento das Instituições Federais de Ensino Superior e de reforço de uma ideologia de empreendedorismo, fundada em uma sociabilidade individual submetida à lógica exploradora do mercado.
A Assembleia Docente do CEFET-MG, reunida neste 23 de junho, entendeu que o devido apoio às companheiras e aos companheiros do IFRS e da UFPA seria a adesão à greve. Nesse momento da conjuntura, é um apoio que não temos condições de oferecer, uma vez que a deflagração da greve não foi aprovada pela base do SINDCEFET-MG.
Por isso, o apoio que o movimento docente do CEFET-MG pode dar às Seções Sindicais em greve é participar das atividades de mobilização propostas pelo ANDES-SN, combinando com uma agenda local que reforce o trabalho de base e enfrente os desafios postos pela nossa incapacidade de realizar uma greve das e dos docentes das IFES.
As companheiras e companheiros do IFRS e da UFPA dão admirável exemplo de luta diante do imperativo de enfrentar o governo Bolsonaro, que tem como projeto o desmonte do Estado e a destruição da Educação Pública.
Assembleia Docente do CEFET-MG.
23/06/22.