Saiba onde acontecerão eventos do Dia Nacional de Luta da Educação em Belo Horizonte
#26M – Estudantes vão às ruas contra cortes de verbas na educação
O ano de 2015 começou com um corte nas áreas sociais, a mais atingida foi a Educação, foram mais de 7 bilhões de reais. O impacto disso na realidade de cada universidade, seja privada ou pública, já é sentido pelos estudantes, professores, técnico-administrativos e terceirizados, inclusive várias universidades do país estão com atrasos no pagamento dos salários dos funcionários terceirizados, impedindo o inicio das aulas, como na UFRJ e UERJ. Bolsas de pesquisa e assistência estudantil também sofreram corte e/ou estão atrasadas. Na UnB, por exemplo, dos 11 milhões que deveria receber esse ano, foram transferidos cerca de 30% a menos. Os jornais anunciam que a UFMG está há 3 meses sem pagar a conta de água e energia. Na UFRGS as aulas começaram com os Restaurantes Universitários fechados.
Nas universidades privadas o caso mais emblemático é o corte no repasse do FIES. Nesse programa o governo banca a mensalidade dos estudantes e depois da formatura cobra com juros. São inúmeros estudantes que tem se endividado ainda mais para ter acesso à educação. E agora com as mudanças, vários estudantes que estão no meio do curso podem ter que largar por não conseguir pagar e ainda vão sair como inadimplentes. Esse é um problema do governo que apresentou o FIES como a saída para a falta de universalização do ensino público ao mesmo tempo em que servia aos empresários do mercado educacional com repasse indireto de recursos públicos. Diante da crise o governo escolheu recuar e fazer cortes, colocando a conta nas costas dos estudantes. Sem falar nas demissões de professores, como na PUC SP onde foram mais de 50 demitidos.
Nas universidades estaduais os cortes também são gigantescos. A situação das universidades estaduais do Paraná são uma expressão do impacto do plano de ajuste na educação, lá todas as estaduais correm o risco de não abrir o semestre letivo porque o governo não repassou a verba. Em São Paulo as estaduais começam o ano com 203 milhões a menos e na USP vários trabalhadores estão na berlinda da demissão. Esse quadro também atinge as estaduais do Rio de Janeiro.
A realidade é a mesma de norte a sul do país, diante da crise que vivemos, os governos federal e estaduais querem que os trabalhadores e a juventude paguem a conta, com demissões, cortes de direitos, aumentos de impostos e tarifas públicas, como a gasolina, a energia e a tarifa do transporte público. Enquanto isso, o governo Dilma continua destinando quase metade do orçamento para os banqueiros através do pagamento das dívidas interna e externa; parlamentares aumentam seus próprios salários; e a Petrobrás segue sendo privatizada e desfavorecida em leilões que entregam nosso petróleo e gás para empresas estrangeiras e agora com, saqueada por partidos e políticos do PT ao PSDB e sofrendo pela recém anunciada política de desenvestimento. Por isso, a verdadeira alternativa já tem sido construída nas ruas, greves e ocupações dos trabalhadores, como nos casos da greve operária da Volkswagen de São Bernardo e da GM de São José dos Campos e a luta dos operários do COMPERJ no Rio de Janeiro. Mas também em várias universidades através das assembleias e lutas que vem ganhando força, em mobilizações que contra as políticas neoliberais do governo federal na educação e as medidas políticas e econômicas conservadoras.
Os professores do Paraná devem nos servir de exemplo. Numa luta em conjunto com os estudantes eles pararam as ruas de Curitiba contra o pacote de ajustes do governador do PSDB. E agora para fortalecer a luta de cada universidade, devemos nos unir e parar as universidades e as ruas no Brasil para lutar contra o pacote de ajustes de Dilma e Levy. Unificando a luta estudantil à luta dos trabalhadores, vamos construir um grande dia nacional de luta contra os cortes na educação.
Dia 26 de março faremos um dia nacional de lutas pela educação nas universidades e escolas, resgatando a memória do secundarista Edson Luis, mártir do movimento estudantil brasileiro na luta contra a ditadura, para derrotar o ajuste e os cortes do governo Dilma.
Em BH, faremos concentração do ato unificado as 17hs na praça sete. Essa é uma convocatória inicial e aberta a todos que queiram lutar pelo direito a educação.
CEFET-MG também estará mobilizado
O Grêmio Estudantil dos campi I e II do CEFET-MG também realizará um ato a partir das 15:30h com concentração no hall do campus I. A idéia dos orgnizadores é mobilizar o máximo de estudantes da instituição para protestar contra os cortes feitos pelo governo federal.
A categoria docente da instituição decidiu em assembleia realizada nesta quarta-feira, 25, apoiar os atos do #26M que serão realizados na cidade de Belo Horizonte e se integrará ao ato realizado pelos estudantes do CEFET-MG. A categoria docente também decidiu enfatizar durante os atos os problemas de gestão interna ocorridos na instituição, os quais agravam mais ainda o cenário de precariedade.